O Peixe é um animal que enxerga prá frente e prá trás... Anda na vertical e na horizontal... Hoje está vendo pela direita, amanhã pela esquerda, depois por cima e por baixo. As pessoas do signo de peixes se dão o direito de mudar conforme estão sentindo a situação.
MAIS UM CICLO
Vejo claramente a linha do tempo
E tudo que ela deixou em minhas mãos, meu rosto, meus sonhos
Estive tão perto do desespero que quase a ele me uni
Perdi tantas oportunidades
que nem percebi quando chegaram
Estive tão pouco tempo perto de pessoas especiais
que chego a pensar que elas nem existiram
Frutos da fértil capacidade de criar amigos invisíveis
Amores tão impossíveis que entendo agora terem sido
meio de fuga, ajundando-me a esconder a realidade
Possibilidades de ser a pessoa amada que certamente evitei, neguei, esqueci...
Prestes a completar mais um ciclo
Percebo que tudo passou como a vida quis, como ela determinou
Muitas vezes me esforcei ou pensei
Mas maior tempo gastei em sonhar que um milagre, no conto de fadas
que criei se tornasse real
Sem a intensão do caso pensado
Na ingênua e imatura alma que habita esse corpo mais velho
Há uma esperança que alerta
Ainda haverá tempo para ser o que sempre esteve escondido
Nada pode subjugar o desejo
Nada pode julgar, condenar...pois nada é ou foi melhor
A ninguém é reservado o direito de atirar pedras
em quem já não é tão doce
Niguém tem o poder de impedir que a semente floresça,
ainda que da lama
Há flores no lôdo, tão viçosas que se comparam em perfume, cor e beleza
às mais raras espécies cultivadas em grandiosos cativeiros.
PASSOS IMUTÁVEIS
Nada evita, nada esconde
Por acaso pensa na realidade
E vê que a ilusão é um momento infantil
No momento suspenso se percebe consciente
Vislumbra que nada mais pode ser refeito
A releitura garante que nada pode ser mudado
Imutáveis os passos que deu, errados ou ajustados
Na hipótese vaga da chance, não sabe se algo seria diferente
São os mesmos atores na comédia-drama que representou
Talvez outras falas, se tivesse o entendimento do futuro
Talvez outro diálogo, outra crônica se soubesse o desfêcho
Porém seu talento seria o mesmo
Fortaleza, hangar, ancoradouro
Não é uma batalha, mas consegue lutar
PARTO
Deixar o aconchego da sombra úmida
Esquecer o silêncio inerente dos meses de espera
Tão quieto que chego a ouvir
Tão quente que chego a arrepiar
Tão difícil sair desse lugar, paraíso !
Deter-me ? Como ?
O taxímetro disparou !
Aos berros encaro a vida, sem memória, só um lance obscuro
A saudade, ânsia em retornar
Na coragem, viver no rumo que vem
A trilha passa por meus pés
Tormenta, maré, suave calamaria que transporta energia
Leve contemplação, ou resignação
Aos minutos que restam, me resta sorrir....
SINTONIA
É inútil, mas tão necessário
Que não encontro como fazê-lo
Dizer-te como é intenso teu vago olhar
É ignorar a seriedade com que me escutas
Pois sei que penetro teus pensamentos
ainda que por um minuto de silêncio
Dizer-te do prazer em compartilhar contigo o riso solto
É aceitar que as diferenças são tão iguais
Que confundo momento e eternidade
É garantir a sintonia no gesto, na palavra, no sentimento
Te agradeço por ter acontecido nessa minha vida
Te esperarei em outras, com a mesma intensidade
CARNAVAL
Á rvores frondosas e frutíferas
R aízes, terra, sabor e aromas
N asce da alma, regenera sem dor
A limenta o ego, ocupa a mente de cores e sons
V erso claro que serpenteia o som
A qualquer momento invade e brilha
L uz de um palco efêmero que dura o tempo do desfile
NÁO PRECISA DE NINGUÉM
besteiras insensatas que se parecem com alegria,
entusiasmo, paz, esperança.
Mas é o avesso que se mostra,
a relíquia do sentimento
Não a ouvem, não a entendem,
não prestam atenção
Nem se esforçam, quão cegas e egoístas criaturas.
E se quer platéia, paga o ingresso, literalmente.
Se quer atenção, se entrega inteira, absoluta.
E vive na contramão se perdendo
Se frustrando invariavelmente
O que será além de sombra?
Além de muro de arrimo para os desencontros?
Será escada, um mero encosto, underground ?
Invisível...por tanto esforço em ser alguém!!
Tentativas vazias de ganhar afeto, amizades, que nada....
Não consegue um mísero retorno e insiste em esperar
Sua meta, vazia e sem propósito, sua própria inimiga.
Ninguém a conheçe,
Ninguém a vê de verdade e nunca viram
Ninguém sabe o quanto estão perdendo...e perderam !!
Não precisa de ninguem além dela própria...??!!!!
Se é isso que pensam...assim será! amém...
Exausta e apiedada da sua própria solidão.
Espera voltar pro lugar de onde veio.
E VOU VOLTAR !
NÃO DIGA SEM SENTIR

Uma frase tão curta, tão simples, tão iluminada
que nunca deve ser dita se o sentimento não for real
Ele era um homem doce, de palavras carinhosas e uma encantadora presença
Era capaz de reparar cada mudança, cada novo gesto, sentia a aura nas letras, na imagem mesmo turva
Pedia, era atendido sem pressa, com toda vontade
Era confiável, desejado, esperado
Sempre pronto, sempre à espera
Impossível duvidar daquele ardor de amor
Exalava emoção por todos os poros
Como não crer no momento de sonho, tão esperado ?
E em um simples gesto, revelou-se a realidade crua, dura, áspera...
A magia do 'eu te amo' se quebrou, o desencanto derrubou o sonho e a esperança
Era a vida dando uma rasteira, em palavras pronunciadas sem pensar
Distantes, sem a oportunidade de olhar nos olhos, esses estranhos que nos contam tanto de nós mesmos.
Estranhos que não mentem nem dissimulam ao observador, não há como escapar de uma troca de olhares.
Não creio mais na marca da tinta, impressa na tela
Indelével ao 'eu te amo' ...válido apenas se dito 'frente à frente' exposto ao frágil sentimento real
Não se engane, não engane ninguém
Deixe a frase ser pronunciada pelos olhos, coadjuvantes reais do amor.
"Deixe-me aprender sua língua, ao sabor de seus beijos..."
PRECE DE CÁRITAS

CÁRITAS era um espírito que se comunicava através de uma das grandes médiuns de sua época - Mme. W. Krell - em um grupo de Bordeaux (França), sendo ela uma das maiores psicografas da História do Espiritismo, em especial por transmitir poesia (que se constitui no ácido da psicografia), da lavra de Lamartine, André Chénier, Saint-Beuve e Alfred de Musset, além do próprio Edgard Allan Poe. Na prosa, recebeu ela mensagens de O Espírito da Verdade, Dumas, Larcordaire, Lamennais, Pascal, e dos gregos Ésopo e Fenelon.
A prece de Cáritas foi psicografada na noite de Natal, 25 de dezembro, do ano de 1873, ditada pela suave Cáritas, de quem são, ainda, as comunicações: "Como servir a religião espiritual"e "A esmola espiritual".
A PRECE
Deus, nosso Pai, que sois todo Poder e Bondade, dai a força àquele que passa pela provação, dai a luz àquele que procura a verdade; ponde no coração do homem a compaixão e a caridade!
Deus, Dai ao viajor a estrela guia, ao aflito a consolação, ao doente o repouso.
Pai, Dai ao culpado o arrependimento, ao espírito a verdade, à criança o guia, e ao órfão o pai!
Senhor, que a Vossa Bondade se estenda sobre tudo o que criastes. Piedade, Senhor, para aquele que vos não conhece, esperança para aquele que sofre. Que a Vossa Bondade permita aos espíritos consoladores derramarem por toda a parte, a paz, a esperança, a fé.
Deus! Um raio, uma faísca do Vosso Amor pode abrasar a Terra; deixai-nos beber nas fontes dessa bondade fecunda e infinita, e todas as lágrimas secarão, todas as dores se acalmarão.
E um só coração, um só pensamento subirá até Vós, como um grito de reconhecimento e de amor.
Como Moisés sobre a montanha, nós Vos esperamos com os braços abertos, oh Poder!, oh Bondade!, oh Beleza!, oh Perfeição!, e queremos de alguma sorte merecer a Vossa Divina Misericórdia.
Deus, dai-nos a força para ajudar o progresso, afim de subirmos até Vós; dai-nos a caridade pura, dai-nos a fé e a razão; dai-nos a simplicidade que fará de nossas almas o espelho onde se refletirá a Vossa Divina e Santa Imagem.
Assim Seja.
CARTA DE SETH

SETH
