PARTO

Nascer, paralisar a preparação
Deixar o aconchego da sombra úmida
Esquecer o silêncio inerente dos meses de espera

Tão quieto que chego a ouvir
Tão quente que chego a arrepiar
Tão difícil sair desse lugar, paraíso !

Deter-me ? Como ?
O taxímetro disparou !
Aos berros encaro a vida, sem memória, só um lance obscuro
A saudade, ânsia em retornar

Na coragem, viver no rumo que vem
A trilha passa por meus pés
Tormenta, maré, suave calamaria que transporta energia
Leve contemplação, ou resignação

Aos minutos que restam, me resta sorrir....

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