
Dos poros vazios com desejo e tremor
E ainda procuram por mãos que não acha
Teu olhar profundo, excitado
Me desprendia das coisas reais
e me absorvia na contemplação interior
Me conhecia real, sensível e frágil
Ao abrigo das palavras trocadas
Ocultando o medo de expor o instinto
E a mulher escondida no íntimo do quarto
Ainda ouve os sussurros e gemidos sofregos e dissimulados
Nos momentos solitários, ligeiros e anulados
Em sonhos imagina seu toque negado
No corpo desnudo de roupas e pudores
Tirando a essência do amor proibido
Que suplica esse momento em tantos clamores
No seio i'nda anseia o doce movimento que a língua mantém
Como a orla das águas que avança sobre a praia
e recua num eterno e sublime vaivém.
Óh! desejo involuntário que mata
Óh! destroços insanos que teima em juntar
Nesse enlevo da história vivida sem dó
Perde o rumo por caminhos estranhos de uma vida erma e tão só