
Com palavras doces regeu o encanto do impossível ato
Se fez presente no encontro difuso do nada
No destino carente se fez verdade criando laços
Em seu espírito indefeso à volupia do desejo
Mas no âmago da consciencia, tinha a certeza do desfecho
E numa tentativa insana de realização
Desprezou a razão, cerrou os olhos e se entregou
Nada tinha em troca daquela pura maciez do corpo em chamas
Nada tinha a dizer além da frase fria que pronunciava sem perceber
E deixou-a ali, estendida na cama insensível
Única testemunha da entrega sofrega daquele corpo agora impuro,
Que ainda acalenta a dor de desconhecer o toque suave das mãos do amor
Na paixão entre línguas que não se tocaram
E nas mãos que se fecharam ao tão esperado afago